Ácer Palmatum Katsura

Viva!

Este ácer foi-me oferecido há quase 5 anos, era o tipico acer comercial, era muito bonito com folhas mas quando o primeiro outono chegou ficou visivel o caos de ramos existente.

Todos os anos tenho vindo a tentar melhora-lo de alguma forma, os 2 ramos inferiores e o tronco são a única coisa que resta da árvore inicial

Deixo aqui uma sequencia de fotos que tenho da sua evolução.

















Há dias resolvi mudar a frente ligeiramente, o vaso e a inclinação da árvore.

De momento está assim

O projecto futuro será mais ou menos este;


Sugestões?

Olá Mário,

A evolução está a ser extremamente positiva e acho que estás a fazer um excelente trabalho, como simpatizo muito com a tua visão para o futuro desta árvore não tenho qualquer critica ou sugestão a fazer, aliás tenho uma sugestão: continua!

Abraço,

ola mario, parabens pela evolução, o que reparo mais é no envelhecimento do tronco, ficando agora com uma textura muito agradavel, o nebari tambem muito bom, e em relação ao teu virtual é um dos caminhos possiveis, mas preferia algo mais "naturalista" com no desenho:

Viva Mário!

Mais um projeto e pelo que sei este tem um especial significado para ti.

Este acer tem desenvolvido bem ao longo do tempo e parece-me que os pontos mais fortes são o nebari e aquele movimento inicial do tronco.

Só queria dar aqui alguns contributos à discussão sobre a planta para ver se te dou mais hipóteses de desenvolvimento.

Em relação ao teu desenho, acho que há alguns pontos que poderiam ser diferentes. Aquele primeiro ramo da direita, embora seja o mais desenvolvido, não me parece que tenha muito sentido no desenho, pois aparenta crescer no interior de uma curva do tronco e a sua colocação põe-no quase paralelo ao ramo seguinte, à esquerda. Como me parece que existe um ramo que cresce um pouco mais acima, que sinalizei com um seta laranja, penso que podes desenvolver esse ramo e assim retiras o que está embaixo.

Além disso, esse primeiro ramo puxa a árvore para a direita, o que a meu ver descompensa o desenho pois o ápice acaba colocado fora da linha do nebari o que dá uma certa sensação de desequilíbrio. Se a tua ideia fosse construir uma árvore com uma imagem mais extrema, com alguma inclinação ou a fugir para o fukinagashi, então penso que fará sentido esta desnivelação entre o ápice e o nebari, mas como parece-me que queres construir uma imagem mais serena, penso que no futuro isso poderá fragilizar o desenho.

Seguindo a linha do tronco desde o nebari, que penso ter uma ondulação muito suave e bonita, acho que poderias aproveitar esse movimento e prolongar o crescimento da àrvore mais para a esquerda. Se se cortar pela linha vermelha, aproveitava-se o ramo que sinalizei a verde para continuar o desenho e construir o ápice.



Aqui fica uma tentativa de virtual, com uma árvore um pouco mais baixa do que a que tu tinhas imaginado, colocada mais à direita do vaso para realçar ainda mais o movimento para a esquerda. É mais uma proposta para enriquecer as tuas alternativas para esta árvores.



Um abraço,
Nuno

Viva Nuno !

Obrigado pelas tuas dicas.

O desenho que propões é uma boa solução, a meu ver é mais estático um pouco, transmite uma imagem mais calma! Quando optei pelo movimento para a direita, foi para dar mais dinamismo á árvore, para acompanhar o movimento do Tachiagari. Aquele ramo "forte" á direita, marca a diferença em relação aos "tradicionais" ácers.

O ramo terá ainda que ser trabalhado ao nível da saída do tronco, para já quero que as cicatrizes dos cortes nessa zona e que estão para trás em resultado do corte dos outros dois troncos que foram cortados, fechem para poder "deslocar" um pouco o ramo e mudar a sua saída. Ao mesmo tempo irei engrossar o ramo da esquerda!

O Ramo que sugeres para primeiro ramo da direita é um ramo que sai para a frente, não dando para utilizar. Conforme está tem a função de criar volume e tridimensionalidade, terá ainda que engrossar mais é claro!

Depois desta estação de crescimento, já dará para ter uma melhor percepção da estrutura, se não resultar posso optar pela imagem que sugeres, mas terei que rodar um pouco o tronco, perdendo movimento no primeiro terço!

Viva Mário!
Realmente, às vezes opinar apenas por uma fotografia acaba por não nos deixar ter a percepção de certas coisas na árvore, principalmente no que respeita às colocações de ramos à frente e atrás da planta.
Vamos ver como vai evoluir. A escolha do vaso foi boa e o nebari e aquele movimento do tachiagari são na minha opinião os pontos fortes da planta, por isso se o actual posicionamento é o que acaba por dar mais destaque a esses pontos, então em equipa que ganha não se mexe.
Um abraço,
Nuno

Olá a todos,

Gosto bastante da ideia do Mário para esta árvore, algo que já referi acima e queria apenas fazer uma referência olhando o virtual. Se olharmos com atenção o virtual do Mário percebesse que a árvore ficará bastante mais alta, logo o tronco da esquerda terá outra força no desenho e o ramo da direita que hoje, devido ás dimensões actuais parece exagerado, acredito que no futuro ficará com uma escala bastante aceitável...isto sem contar que actualmente toda a ramagem é bastante fina e que no futuro também os ramos principais terão outro musculo, logo todo o desenho ficará bastante balançado no futuro.

Abraço,

Viva!

Só para deixar uma actualização! A brotação já está quase com a cor verde madura, mas ainda se pode apreciar alguns tons laranja.

Tem dois ramos de sacrificio, um no ápice e outro do lado esquerdo, com o objectivo de melhorar o tronco acima dos ramos inferiores e fechar alguns cortes.

Viva!

Agora começa a fase de podas selectivas. Este ácer foi um dos primeiros a ser retocado, tirando alguns ramos e fazendo uma poda de redução.

O ramo enxertado á esquerda já engrossou bem, mas não tem ramificação secundária, isso será tarefa para os próximos anos.

Foto do antes

Foto depois

Viva!

Estado actual já com a brotação tipicamente alaranjada.

Vou deixar ramos de sacrificio no ápice e em alguns ramo laterais, para criar uma maior relação de grossura na saida do tronco.

Boa evo nesta ácer, conseguiste uma boa ramificação em pouco tempo e as cores que apresenta nesta altura são espetaculares. Mais 1 ano pela frente .

Cumprimentos

Viva Leonel!

Obrigado ! É uma espécie muito boa por todas as suas transformações ao longo do ano.

É também uma clássica no que ao cultivo e construção da ramificação diz respeito, pois permite usar as técnicas com resultados visiveis num curto espaço de tempo.

Viva Mário!

Esta variedade de acer palmatum é espectacular exactamente pela brotação primaveril que é para mim o seu ponto alto. Também tenho um katsura, que foi a minha auto-prenda de Natal deste ano, e está a brotar com força agora, com aquelas cores laranja a brilhar ao sol.

Agora, como dizes, é trabalhar a ramificação e continuar a desenvolver a árvore. Este vaso em que a colocaste vai favorecer o desenvolvimento do nebari e daqui a uns 2 anos já se vai notar um alargamento da base.

Abraço,
Nuno

Viva!

Assim está o acer depois da defoliação deste ano! A ramificação está mais madura e ao poucos vai ficando mais denso.

"Good things come to the ones who wait", belo progresso, e sem duvida, no meu ponto de vista pouco experiente, um grande trabalho de remodelação de um "malsai", obrigado por mostrar, "vendo e aprendendo"...

Viva!

Mais um ano passou e este acer lá segue o seu caminho! Foi feita uma poda de Inverno.

Antes


Depois


Tenho que rever alguns ramos e talvez fazer uma selecção para evitar a formação de zonas de conicidade inversa!

Olá Mário.
Muito interessante esta evolução, muito interessante mesmo!

Eu (novato) faria este tipo de intervenção: reformularia o ápice para tentar acentuar um pouco mais o afunilamento e depois deixava-o crescer mais um bocadito... e encurtaria ligeiramente o ramo da direita, não muito, pois é ele que confere o carisma a esta árvore, e entretanto enquanto o ápice se restruturava esse ramo poderia (ou não) alongar um pouco mais, acentuando também nele o afunilamento.


Mas suponho que tenhas uma ideia clara do que pretendes fazer e sou todo ouvidos e olhos, para aprender.

Viva Carlos!

Obrigado pelas sugestões.

O ramo longo da direita marca o movimento, por isso irei deixa-lo um pouco mais longo, terá que ganhar maturidade , pois como dizes ainda falta conicidade e o aspecto mais "envelhecido" aliás falta em quase toda a árvore, sobretudo acima do tal ramo, pois o tronco daí para cima foi todo recontruido de novo e a estrutura de ramos também, tendo inclusivé feito enxerto para suprir a falta de ramos.

O que menos me agrada é de facto a falta de maturidade, que se nota pela falta de ramificação terciária que acentua um triângulo simbolo de uma árvore jovem!

Olá Mário,
como dizes falta maturidade! Ok, estamos de acordo, mas isso não impede a busca de "equilibrio" inerente a cada fase, pois não? (como sabes, nós os novatos julgamos sempre que vamos fazer "um milagre", mais tarde é que caímos no "real"-).

A falta de ramificação terciária e a triangulação muito marcada para um Acer é incontornável numa árvore jovem. E assim é!
Mas concordando que o tronco se apresenta ainda muito imaturo, a estrutura está aí toda definida, e bem!...

Daí eu questionar se não existe (neste momento) um desiquilibrio entre o desenvolvimento do "tal" ramo comparativamente ao tronco. (desculpa, não estou a afirmar, estou a questionar para tentar entender o processo). Esse ramo, como já disse é o marcador da identidade desta árvore, e como tal entendo que tenha de ser "muito presente".
Por isso mesmo, vejo duas opções de desenvolvimento (não digo que existam duas, eu é que não consigo ver mais).
Uma passa pelo ligeiro atarracamento do tronco para depois deixar crescar, acentuando uma conicidade mais marcada... Outra seria o desenvolvimento temporariamente livre de cada um dos restantes ramos, mas não sei se isso não poderia provocar uma debiltação do "tal", pelo que um ligeiro atarracamento deste, aliado a um crescimento "controlado" dos demais, me parece a solução menos arriscada. (o equilibrio não é uma busca fácil, pois não?)

Por último, e pese embora ache que a simbiose com o vaso esteja muito bem conseguida, não sei se não será ainda permatura para esta árvore. O vaso é lindo, a árvore também, mas esta ainda está a precisar de amadurecer mais um bocadinho até preciasr de um vaso assim.

Viva Carlos!

O amadurecimento da ramificação nesta variedade e noutros palmatum, é um processo muito lento e que é feito ao longo de vários anos, de preferência no vaso actual, pois se mudar a árvore para um vaso de treino, os entrenós ficam muito grandes e o vigor entre zonas fácilmente se desiquilibra. O Vaso raso serve ao mesmo tempo para trabalhar o nebari de dois em dois anos para eliminar as raizes mal posicionadas e grossas, deixando as raizes mais finas e equlibradas.

Para já tenho tido bons resultados, por isso continuo a apostar no cultivo que melhor resultou e que está de acordo com as técnicas usadas pelos Japoneses, que são de longe quem tem mais experiência em ácers.

Ás vezes o equlibrio não é tão linear assim, o facto de deixar crescer um dos lados e refrear o outro tem também tudo a ver com o equilibrio. Vais ver que o que ás vezes nos parece uma certeza, nesta arte não é bem assim e sobretudo que Bonsai é 90 % de cultivo e 10 % de rasgo de inspiração estéctica !


Uma boa leitura será este tópico de um excelente blog! Fala sobre ramos....looongosss !
http://bonsaitonight.com/2012/01/10/unconventional-branches/

Outro bom exemplo é este tridente
http://peterteabonsai.wordpress.com/2011/12/

Qual será a opinião das pessoas!?

Uau!... Esse tridente é impressionante, nada convencional, mas formidável! É uma arvore à qual ninguém pode ficar indiferente.
Obrigado pela partilha.

Viva!

Este ácer vai continuando o seu caminho! Depois de ser defoliado, já está quase com a folhagem novamente completa! O ápice vai ganhando uma forma mais arredondada, mais própria das folhosas!

Viva!

Fiz algumas intervenções de Inverno nesta árvore!

Conforme tinhamos falado, fiz algumas coisas no sentido do que o Carlos disse, encurtei o ramo da direita, retirei ramificação mais vigorosa e substitui o ápice, dessa forma ao longo do tempo, reforça a conicidade e a sensação de idade!

Antes

Depois